Como os batistas nasceram aqui
Sou fruto de uma geração de cristãos plantadores de sementes boas do evangelho na cidade de Petrópolis. Cresci vendo homens e mulheres semeando o evangelho em alguns dos bairros de difícil acesso para a época como: Morin, 24 de Maio, São Sebastião, Itamarati, Provisória, Corrêas, Alto Independência, Alto da Serra e Pedro do Rio, devido as ruas que não eram pavimentadas e não tinham calçadas.
Eu tinha uns seis anos de idade e acompanhava meus pais com um conjunto instrumental presente em praticamente todos os cultos realizados durante a semana nas casas onde as mensagens pregadas pelos pregadores leigos, objetivava converter a Jesus a família e os seus convidados. Depois de consolidado o trabalho, com um número suficiente de crentes convertidos, a igreja sede, a PIBP (Primeira Igreja Batista), organizava uma congregação e posteriormente uma nova igreja. Assim, a Primeira Igreja Batista, desde o seu início trabalhou organizando em quase todos os bairros da cidade uma Igreja Batista, ao longo de sua existência.
Um grupo de irmãos começava um núcleo de estudos bíblicos em uma residência e, à medida que vidas iam sendo salvas pela pregação do evangelho, uma congregação era organizada e instalada num imóvel alugado pela igreja e, depois com o seu crescimento e aparente capacidade de manter-se, um concilio era formado para o exame do aprendizado Bíblico, doutrinário, espiritual e social naquela comunidade, e, se aprovado, a igreja podia ser organizada para continuar anunciando as boas novas do evangelho naquele local. Com a chegada de outras denominações o evangelho em Petrópolis foi crescendo e o número de convertidos aumentando, graças ao pioneirismo de alguns corajosos crentes que foram perseguidos, apedrejados, escorraçados e severamente discriminados, enquanto crescia o número de cristãos.
Lembro-me que anualmente os evangélicos de várias cidades do estado participavam do culto que ocorria no Hotel Gran Solar, na Rua João Caetano, local onde foi o berço da primeira Escola Bíblia Dominical iniciada em 1885, sob a liderança dos missionários Dr. Robert Kalley (médico), e sua esposa Dra. Sara Poltron Kalley, crentes congregacionais, com o objetivo de lembrar aquele marco bíblico de fé. O evangelho na cidade e fora dela, foi crescendo e o nome de Jesus glorificado.
Nas últimas quatro décadas surgiram novas denominações como os pentecostais, os neopentecostais, as comunidades e ultimamente os ministérios que disputam um lugar ao sol no mercado da fé. Infelizmente, até em nosso meio, a estratégia de plantação de igrejas conta com shows musicais, atrações gospel, stand ups de renome, muita agitação, pula-pula e etc. Algumas destas representações institucionais tem começado seus trabalhos com membros e líderes de outras igrejas, pessoas que escondem seus maus comportamentos, disciplinadas por maus exemplos, rebeldia, falta de ética, postura moral inadequada, indisciplina, desrespeito e abandono de suas responsabilidades eclesiásticas por desobediência, sem uma justificativa descente e aceitável; estes um dia mostrarão quem verdadeiramente são.
É claro que a existência do mal no meio do bem e a sua definitiva separação, foi explicada por Jesus em Mateus 13:24-30, e segundo o Mestre, só terá fim quando da sua volta e a verdadeira igreja então for arrebatada. Enquanto isso, somos chamados a viver uma vida bíblica que sirva de exemplo para aqueles que ainda não conhecem o evangelho e não entregaram os seus corações a Jesus, como se Cristo fosse voltar hoje e pregando o evangelho lançando sementes de boa qualidade a fim de que a colheita futura não seja selvagem e nem mortal.